É fato. Aquela antiga recomendação dada às crianças de que deveriam estudar muito “para conseguirem um bom emprego” sofreu adaptações ao longo dos anos e, atualmente, é somada à dica de que é preciso estudar “para empreender e montar o próprio negócio”. Isso porque as novas relações de trabalho, as demandas de mercado e as tecnologias avançadas geram incertezas sobre como será o emprego e as carreiras profissionais no futuro.
Outro empresário da região, Silvio César Correa, 48 anos, também amadureceu sua visão empreendedora durante os estudos. Ele se formou em Técnico em Calçados, pelo Instituto Senai de Tecnologia em Calçados, de Novo Hamburgo, em 1991, e depois fez Engenharia de Produção, sendo parte na Feevale. Hoje, Silvio é CEO da Easypro Tecnologia, localizada no Techpark Feevale, em Campo Bom. A empresa, criada por ele em 2013, desenvolve softwares voltados à produtividade, eficiência e qualidade.
A professora da Universidade Feevale Claudia Schmitt afirma que ser empreendedor é ter uma forma diferenciada de agir, independentemente se for abrir um negócio ou trabalhar na empresa de outra pessoa (no caso, como ela define: ser intraempreendedor). “Todos podemos desenvolver esse comportamento, mas tudo passa em sermos estimulados, principalmente com exemplos”, comenta a especialista, que atua na docência na Feevale, em projetos de extensão voltados ao empreendedorismo e em consultoria empresarial.
Atualmente, explica Claudia, percebe-se um processo de mudança no mundo do trabalho, acelerado por causa da pandemia, e que deve ser potencializado nos próximos anos. Para ela, no futuro as pessoas poderão trabalhar em atividades que nem existem em nosso tempo. “Também estamos acompanhando pessoas, com idade acima de 40 anos, que passam por uma transição de carreira, visto que a expectativa de vida aumentou muito e percebe-se que elas estão empreendendo ou buscando uma atividade que tenham mais afinidade”, observa a pesquisadora. Por isso, quem deseja se manter atualizado não pode se restringir aos conhecimentos específicos de uma profissão, mas ter experiências em diferentes áreas para que consiga acompanhar as mudanças de mercado.
Ainda, a professora enfatiza a importância de desenvolver uma cultura empreendedora entre os jovens por causa dos benefícios trazidos, ali na frente, à sociedade: “Além da geração de empregos, renda, impostos e desenvolvimento da comunidade, estaremos estimulando os alunos a resolverem problemas urgentes, como os ambientais e de saúde pública”.
Em seus mais de 20 anos de experiência com projetos dessa natureza, a professora diz já ter acompanhado bons negócios fecharem por falta de gestão e viu ideias pouco promissoras serem transformadas por pessoas com perfil de empresário. Ela cita pontos a serem trabalhados por novos empreendedores e também pelas escolas com os alunos:
Objetivo: Para iniciar um projeto, a pessoa precisa saber responder qual é o problema que o produto ou serviço vai resolver, qual o tamanho do mercado, qual a tecnologia necessária e o tempo de desenvolvimento, se tem recursos próprios ou se terá que buscar algum investidor.
Autoconhecimento: Como a frase atribuída ao filósofo grego Sócrates, é preciso “conhecer a ti mesmo”. Quais são os seus pontos fortes e os pontos a melhorar? É fundamental ter consciência que não se sabe tudo e que trabalhar sozinho é um grande desafio. O apoio de outras pessoas é necessário.
Gestão e paixão: Outro fator relevante para o sucesso é possuir conhecimentos em gestão e paixão pelo caminho escolhido. Isso independente de entender de forma aprofundada a tecnologia, o produto ou serviço a ser prestado.
Persistência: É uma competência essencial no empreendedorismo. Não é permitido se acomodar, pois o mercado muda muito rápido. Nada é estático, tudo está em movimento.
Paciência: O sucesso de um projeto não acontece de um dia para o outro, por isso o melhor é ser paciente, sem deixar de lado, claro, o planejamento e as ações cabíveis.
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