O desparecimento de Rubem Heger, 85 anos, e Marlene Heger Stafft, 53 anos, completou um mês na última semana. O sumiço do casal de Cachoeirinha ainda é um mistério. A Polícia Civil já descarta que os dois tenham abandonado a residência, no bairro Carlos Wilkens, por vontade própria e acredita que o casal tenha sido vítima de um crime.
Recentemente, a Polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa da suspeita, em Canoas. No local, foram encontrados um molho de chaves e sete celulares, sendo que as chaves e um dos aparelhos são semelhantes aos objetos do idoso, segundo o que foi descrito por outros familiares em depoimento. Também foram apreendidas agulhas de insulina equivalentes às encontradas na residência do casal, veneno de rato, um notebook e dois HD’s externos.
Peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que também estiveram na residência, identificaram pontos de sangue no veículo da filha de Rubem. As amostras foram recolhidas e passam por análise em laboratório.
Todas as testemunhas já foram ouvidas, inclusive os suspeitos. A filha de Rubem falou duas vezes, por mais de seis horas. O neto do idoso optou por ficar em silêncio após pedido do advogado de defesa. “Estamos esperando as perícias técnicas dos objetos encontrados e investigando outros pontos do caso”, afirma o delegado responsável pela investigação, Anderson Spier.
No domingo, dia 27 de fevereiro, a filha e o neto de Rubem foram a Cachoeirinha almoçar na casa do casal. Durante a tarde, após algumas horas na residência, a dupla deixou o local de carro. Em depoimento à Polícia, a suspeita afirmou que o pai e a madrasta deixaram o endereço no mesmo veículo, com o objetivo de passar o restante do feriadão de carnaval em sua casa, no bairro Niterói, em Canoas.
A filha relatou aos policiais e demais familiares que o casal desapareceu de sua casa na terça-feira, dia 1º de março, dois dias após a visita. Segundo a mulher, os dois teriam sumido enquanto ela e o filho estavam em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por conta uma enxaqueca.
Segundo o delegado, o casal não utilizou aplicativos de transporte desde a data do desaparecimento, hipótese inicialmente levantada. “Já fizemos a checagem e nenhuma viagem foi feita por eles.”
Vídeo
Imagens de uma câmera de segurança de uma casa vizinha à do casal mostram a movimentação na residência no domingo em que a visita ocorreu. Esse seria o último registro em imagens de Rubem e Marlene antes do sumiço. Assista:
Rubem e Marlene estão juntos há 25 anos. Segundo a família, antes de se aposentar, o idoso trabalhou como motorista e foi proprietário de um caminhão de fretes. Já a esposa, trabalhou por anos como empregada doméstica e, depois, passou a cuidar do marido, que sofre de um enfisema pulmonar.
Já o idoso é pai de três. Clóvis de Almeida Heger, 60 anos, é o mais velho; e a filha que se tornou suspeita é a mais nova. O do meio, Cláudio de Almeida Heger, faleceu há cerca de 20 anos.
Aflitos desde o desaparecimento da mãe, os filhos de Marlene, Marcelo e Maurício, estiveram na residência do casal no dia anterior à visita da filha e do neto de Rubem. “Fui almoçar com minha esposa na casa deles, já que iria para a praia no dia seguinte”, conta Marcelo, que é morador de Novo Hamburgo.
Ele lembra que trocou mensagens com a mãe no dia em que ela teria saído de casa. “Mandei uma foto da praia de manhã cedo, e ela me respondeu dizendo que era linda. Depois, por volta das 10 horas, mandou nova mensagem, mas em nenhum momento relatou que receberiam visita.”
Neta de Rubem e filha de Clóvis, Brenda Heger, de 24 anos, disse que a família já tem pouca esperança de encontrar o casal com vida. “Meu avô estava debilitado. Depois de tanto tempo sem notícias, as esperanças são mínimas, queremos saber o que aconteceu”, desabafa.
Como ajudar?
A Polícia Civil disponibiliza o telefone de plantão 181, do Disque-Denúncia, e também o número (51) 3470-6122, da 1ª DP de Cachoeirinha, para eventuais informações ou pistas sobre o paradeiro do casal.