Diego da Silva Guezzi, proprietário de um mercado no bairro Parque dos Anjos, em Gravataí, foi um dos presos. Conforme a investigação, ele seria um dos articuladores do destino do boi levado das propriedades. Ao longo de três meses de investigações, foram localizados 186 bovinos sem procedência e outros 150 quilos de carne resultado de abigeato.
A rede, que teve nesta segunda sete pessoas presas preventivamente, com os cumprimentos de 12 mandados de busca e apreensão entre Gravataí, Caxias do Sul e Minas do Leão, contava ainda com duas peças importantes na cidade. Fagner da Silva Coimbra, conhecido como Pipo, proprietário de uma transportadora com endereço na Costa do Ipiranga, é apontado pela polícia como um dos principais fornecedores de gado para rodeios. Ele se utilizaria desta via de transporte de animais para os eventos como forma de camuflar o carregamento dos bois furtados.
Outro elo da quadrilha por aqui seria José Antônio da Costa, proprietário rural responsável pelo confinamento de animais antes do abate.
Ameaça a político
Na ação desta segunda, dois caminhões boiadeiros foram apreendidos. Seriam os veículos usados para levar o gado em grande quantidade, retirado de propriedades em Santo Antônio da Patrulha, Palmares do Sul, Capivari do Sul, Osório, Tavares, Maquiné, Taquara e Mostardas. Uma vez retirados da propriedades e trazidos para a Região Metropolitana, parte dos bois era repassada viva, outra parte, seguia para o confinamento e abate, com a venda da carne irregular.
"Como a maioria dos animais furtados já foram abatidos, a Decrab irá representar junto ao Poder Judiciário pelo perdimento dos semoventes apreendidos em favor das vítimas, como forma de minimizar os prejuízos sofridos com os ataques. Acredita-se que se trata do maior e mais bem organizado grupo criminoso de abigeato em atividade no Rio Grande Sul. Um dos envolvidos no esquema, utilizando-se de influência, chegou a procurar um deputado estadual objetivando buscar apoio político, através de “contatos” para frustrar o trabalho dos policiais e fiscais agropecuários da Secretaria de Agricultura que participam das investigações", revela do delegado Mendes.
A Polícia Civil não revela nomes, mas um dos integrantes do bando teria procurado um deputado estadual tentando blindar-se da ação dos fiscais da Secretaria da Agricultura, quando a operação fez uma ofensiva em Palmares do Sul, meses atrás. Na ação desta segunda, oito fiscais agropecuários acompanharam os 80 policiais civis envolvidos na operação.
Este tipo de abigeato, com a retirada de animais em grande quantidade de cada propriedade rural, é considerado raro pela Polícia Civil. Desde 2017 não eram apuradas organizações como a flagrada nesta operação, por isso o nome de Operação Regresso. Agora, a Decrab acredita que os índices de abigeato terão diminuição significativa no final do ano no Estado.